Aluna preocupada com IRA.

No cotidiano universitário sempre ouvimos esses tipos de questionamentos: “Quanto tá teu IRA?” “Teu IRA diminuiu?” Ou ouvimos certos comentário como: “Meu Ira é uma vergonha, tá lá em baixo!”. “Meu IRA é o maior do curso!”. Muitas alunos já entram bitolados no famoso Índice de Desenvolvimento Humano Rendimento Acadêmico. O número passa a ter vida própria, que sobe e desce; é grande ou pequeno. Em busca do conforto na academia, os alunos projetam fora de si um ser superior dotado das qualidades que julgam as melhores: inteligência, conhecimento, potência, beleza... Aos poucos, em vez de o IRA ser produto da ação do aluno na universidade, os alunos acreditam ser o IRA algo exteriorizado a ser alcançado a qualquer custo.

Até que ponto esse índice pode interferir na vida do aluno?

Nota-se que qualquer mudança brusca causa terror nos alunos. Como se a vida deles dependessem de um singelo número. Não que seja importante, mas sua supervalorização acarreta uma alienação sócio-individual. Como se os alunos criassem um IRA, dão independência a essa criatura como se ela existisse por si mesma e em si mesma, deixam-se governar por ela como se ela tivesse poder em si e por si mesma, não reconhecem na obra que criaram, fazendo-a um ser outro, separado dos alunos, superior a eles e com poder sobre eles.

Segundo Nieztsche, a educação consiste no condicionamento de um indivíduo, através da promessa de várias compensações e vantagens, de modo a que ele adopte um modo de pensar e se comportar que, logo que se tornem um hábito, instinto ou paixão, os dominarão «para o bem geral» mas, em última instância, para sua própria desvantagem. Somos vítimas das nossas virtudes, que nos transformam numa mera função do todo social. *

Acho que não preciso dizer mais nada...

*A Gaia Ciência (1887).

*Todos com a mesma preocupação, porém voltada para si.